À ridicularização de assuntos, pessoas, instituições, governos, etc… é chamado de sátira, uma forma literária por nós até bastante conhecida com Bocage e que é usada pela equipa do Inimigo Público para, através de notícias falsas chamar a atenção aos temas emergentes. Como qualquer forma literária, tem os seus apoiantes e aqueles que pouco acham interesse ou podem mesmo sentir que há um prejuízo com determinada sátira. É o que acontece com o texto de “inquérito” criado por Patrícia Castanheira e publicado a 23 de Março de 2018, no Inimigo Público, com o título “É contra as vacinas?”.

O que cabe à Associação Portuguesa de Reiki é esclarecer aquela que é a sua área e é sobre esse tema que nos iremos debruçar. Na observação deste esclarecimento, pedimos que tenham em atenção o seguinte:

  1. A Associação Portuguesa de Reiki reconhece que o texto é uma sátira e que o estatuto editorial é legítimo, por parte do Inimigo Público e da autora do texto;
  2. Que o tema da vacinação, sendo sensível, pode induzir em erro a observação sobre um conjunto de pessoas que são os praticantes de Reiki;
  3. A criação desta personagem fictícia pode surgir como um alerta a declarações que possam sair fora do bom senso comum.

Será sobre estes três tópicos que iremos responder ao pedido de esclarecimento sobre esta publicação.

Como abertura de resposta ao inquérito surge um nome fictício de “Concha Meireles”, intitulando-se “Mestre de Reiki”.

“Eu sou contra a Medicina, em geral. Se os meus filhos fazem um arranhão ou uma fractura exposta, eu lambo, para ajudar a cicatrizar.”

  • Infelizmente, surgem muitas declarações como “eu… Mestre de Reiki…”, como se o facto de se identificar como tal validasse o que diz, expõe ou as suas opiniões pessoais sobre determinado assunto. Sobre isto, um praticante de Reiki deve compreender a importância de enquadrar a sua identificação, dentro daquilo que é o foro da prática, usando também do senso comum, não querendo procurar que uma prática que pelo esforço de muitos está a ganhar credibilidade, seja colocada ao ridículo por opiniões e crenças pessoais;
  • Por outro lado, na declaração da personagem fictícia “Concha Meireles”, não há nenhuma observação sobre a prática de Reiki, à excepção de se identificar como “mestre de Reiki”. Sobre a medicina, a prática de Reiki, já desde a indicação do seu fundador, Mikao Usui, é vista como:
    • Uma prática complementar e integrativa;
    • Sem manipulação física;
    • Do âmbito puramente do campo bio-energético;
    • Sem crenças ou ligada a religiões e movimentos espirituais.
  • O que significa que a prática, no âmbito terapêutico respeita e não interfere de forma alguma com a medicina. Pelo próprio código de ética, é explícito que sempre a pessoa deve ter acompanhamento médico.

Esta pequena sátira, muito visível sobre o tema do Reiki, naturalmente, chocou muitos praticantes que sentiram que a sua forma de estar, a sua prática, o que aprendem e aplicam, nada tem a ver com uma declaração ignorante, absurda e em nada ligada à prática de Reiki.

Temos todo o respeito pelo trabalho jornalístico, assim como pela liberdade criativa e literária que existe, no entanto, é importante que haja um conhecimento que a ridicularização dos praticantes de Reiki é um tema que levanta dificuldades a quem trabalha incansavelmente em lares, centros de dia, instituições de apoio à pessoa com deficiência, hospitais e mesmo domiciliariamente, no apoio a quem precisa de equilíbrio e harmonia. Este tipo de sátiras, assim como notícias falaciosas infelizmente têm grande impacto, levando mesmo algumas instituições a duvidar de quem lá está a fazer um trabalho “silencioso”, sem remuneração e pelo bem do próximo. Assim como coloca também aqueles que têm uma atitude profissional como alvo de incompreensão e retração sobre o seu trabalho.

Compreendemos e temos respeito pelo trabalho jornalístico, mas quando a dúvida é colocada como um pequeno veneno, sabemos que se pode levar muito tempo a reparar algo que parece um pequeno dano. Estamos há quase 10 anos a lutar contra pequenos venenos, que tantos erros fizeram. Não existe ofensa com este pequeno artigo, mas existem lições que devemos escutar, assim como perguntas que devemos fazer.

Colocamos de seguida o texto integral e aproveitamos para agradecer aos associados que chamaram a atenção para esta situação.

Inimigo Público de 23 de Março de 2018, “É contra as vacinas?”

É contra as vacinas?

Concha Meireles, Mestre de Reiki

Eu sou contra a Medicina, em geral. Se os meus filhos fazem um arranhão ou uma fractura exposta, eu lambo, para ajudar a cicatrizar.

Alexandra Solnado, BFF de Jesus Cristo

As doenças começam na alma. Por isso é que eu recomendo que se façam, pelo menos, duas limpezas espirituais por ano, com extração de pontos negros, peeling e hidratação profunda. Por cada limpeza espiritual ofereço uma lavagem de chassis.

Elisa Maria, defensora do direito dos animais ao voto

Eu sou é a favor do vírus do sarampo, que também tem direito à vida e a frequentar restaurantes, como qualquer animal de companhia. Ok?

Feliciano Barreiras Duarte, visiting scholar na Universidade da Vida

Tenho-as todas em dia e até tenho um diploma de bom comportamento passado pelo centro de saúde de Berkeley, onde levei um reforço da vacina do tétano. Vou juntar ao CV.

Fonte: Pressreader / Inimigo Público 23 de Março 2018

Estatuto editorial (do Inimigo Público)

Se não aconteceu, podia ter acontecido.

  1. O INIMIGO PÚBLICO é uma publicação satírica de referência, que não cede à tentação do facilitismo da notícia falsa sensacionalista.
  2. N’O INIMIGO PÚBLICO, todas as notícias são OBJECTIVAMENTE falsas, mas EQUILIBRADAS, pois buscam sempre ouvir os testemunhos falsos de ambas as partes, seguindo as regras de ouro do jornalismo.
  3. Assim, na senda de grandes jornais mundiais, como o “New York Times”, O INIMIGO PÚBLICO inventa factos, relatos, acontecimentos e personagens, mas garante ao leitor que os irá apresentar de forma verosímil, por vezes plausível e outras não.
  4. O INIMIGO PÚBLICO não entra em campanhas persecutórias nem urde cabalas, porque tem uma visão equilibrada do mundo e considera que TODOS, sem grandes excepções, são passíveis de ser satirizados nas suas páginas.
  5. Os jornalistas e articulistas d’O INIMIGO PÚBLICO assinam sempre os seus textos. Contudo, nem sempre os nomes com que assinam são os seus nomes verdadeiros. Tal depende da vontade destes. E depende da vontade do director, o que pode ser, no limite, confundido com mera cobardia.
  6. Dentro destes pressupostos, O INIMIGO PÚBLICO não aceita de forma alguma que, quer os seus leitores, quer eventuais figuras públicas que se suponham visadas, se ofendam, se achem difamadas ou vilipendiadas por qualquer artigo ou opinião publicada.
  7. Afinal, se não aconteceu, podia ter acontecido. Este é o nosso compromisso.

Fonte: Inimigo Público

 


 

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