Quando vamos a uma instituição fazer voluntariado, nunca sabemos como vai correr. Sabemos que, enquanto voluntários, temos que nos ajustar às condições da mesma e às necessidades dos utentes. Também não sabemos como vamos ser recebidos pelos utentes nem a reação deles à terapia Reiki – muitos nem sequer sabem o que é.
Comecei a fazer voluntariado num lar de 3ª idade. No primeiro dia, tinha que explicar o que é o Reiki, os cinco princípios e a terapia.
Enquanto explicava, olhava para aquelas cinco utentes e percebia, pelos seus olhares, que não estavam a entender muito bem do que eu falava.
Não é fácil explicar a pessoas com mais de 80 anos, que somos energia, que temos centros energéticos – chacras – e que as minhas mãos vão ajudar a que se sintam melhores…
Tentei uma forma mais fácil e quando comecei o tratamento, explicava que iam sentir um calorzinho das minhas mãos e esse calorzinho era muito bom e ia ajudar a ficarem mais tranquilas, promovendo o bem-estar.
A primeira senhora a quem fiz o tratamento, teve alguma dificuldade em descontrair, não fechava os olhos e sempre que olhava para ela, ria-se. A certa altura disse-me “Acho isto um disparate” e continuava a rir. Eu pensei “Não é um disparate, mas a senhora não conhece, não consegue explicar e não está a aceitar”. Então, perguntei se não sentia um calor a sair das minhas mãos. Respondeu-me que sim e voltei a dizer-lhe que esse calor fazia bem, acalmava.
Quando terminei a sessão, perguntei se na semana seguinte queria que lhe fizesse Reiki outra vez, respondeu afirmativamente, mas sem grande convicção.
Na semana seguinte, enquanto me preparava com a outra colega para iniciarmos o voluntariado, aquela mesma senhora (sentada perto de mim) tocou-me e disse “Oh menina, dói-me um bocadinho este joelho (tocando no joelho direito). Ontem caí e fui com o joelho ao chão”. Perguntei se queria que eu lhe fizesse um bocadinho de Reiki e ela anuiu, desta vez com mais vontade.
Reiki é assim, acontece sem muitas vezes conseguirmos uma explicação fácil. Aquela senhora que no primeiro dia não sentia nada nem acreditava, foi a primeira a abordar-me porque precisava que a ajudasse com Reiki.
Só por hoje, confio muito!
Paula Baúto, coordenadora do núcleo de São Pedro de Sintra.
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