A coordenadora do núcleo do Bonfim, Filomena Isidoro realizou o 1ºCiclo “Reiki na natureza – Saber Amar” no dia 28 de setembro. Partilha conosco algumas das reflexões desse dia.
Só por hoje confio,
Só por hoje estou grata,
Só por hoje sou bondosa e gentil,
Só por hoje trabalho honesta e arduamente.
Amor é…
As palavras parecem não ser suficientes para definir um conceito de uma complexidade enorme mas que, afinal, é tão simples na prática.
“Amor é gostar muito de alguém”, “Amar é sentir algo especial”, “Amar é libertar”, “Amar é dar sem estar à espera de receber”. Cada indivíduo tem o seu conceito de amor, talvez devido às experiências que vai vivenciando ao longo da sua vida, talvez influenciado por leituras e por outros pensamentos que pululam por aí na boca dos que julgam possuir toda a verdade absoluta. De qualquer forma, não há respostas acertadas pois cada um tem o seu conceito de Amor, apesar de todos estamos de acordo no sentido positivo que a ele está ligado.
Em profunda discussão sobre o tema, achámos que para se conseguir amar na plenitude, seja quem for, é preciso libertar essa mesma pessoa, não a tentar “colonizar” com os nossos pensamentos, ideias e vontades, não a tentar mudar, manipular e possuir. Ninguém é de ninguém. Cada um tem a sua identidade e o seu espaço, vontade própria, livre arbítrio. Chegámos também à conclusão de que para podermos oferecer o amor a outro ser humano é necessário estarmos equilibrados, é necessário, antes de mais nada, amarmo-nos, estarmos conscientes do nosso valor e dos nossos sonhos e objetivos de vida, cumprindo-nos da melhor forma que soubermos. Para podermos amar é necessário conhecermo-nos a fundo, efetuar um mergulho denso em nós e, para o realizarmos, precisamos de tempo e, acima de tudo, de silêncio. Só ao efetuarmos esta grande transformação em nós é que poderemos amar alguém na total plenitude, não criando qualquer tipo de expectativa relativamente àquela pessoa, não criando apegos excessivos mas sim, pelo contrário, apreciar aquele ser humano tal como ele é, deixando- o ser em total liberdade, sendo feliz com isso.
O caminho do Amor é um caminho longo, é descer e subir escadas íngremes, sinuosas, estreitas ou largas em direcção à nossa profundidade para depois conseguirmos compreender e amar melhor a essência dos que nos rodeiam.
Amar o outro é aceitar aquilo que ele é na sua verdadeira essência. Amar o outro é libertá-lo, é deixá-lo ir e deixá-lo seguir as suas verdades apesar de estas serem diferentes das nossas. É deixá-lo viver a sua felicidade, apesar do sofrimento que isso nos possa causar. Amar o outro é aprender a ser feliz na felicidade dele. Amor é também quando nos transformamos por dentro, é quando (energizados pela Força Sublime) nos damos ainda mais outros e ao que nos rodeia.
Amor é conhecer-se primeiro, é dar-se sem reciprocidade, é libertar-se dos seus próprios fardos para dar lugar à sua própria liberdade e consequentemente à dos outros. E já lá dizia Fernando Pessoa…
“Quero ser o teu amor amigo.
Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amor amigo,
mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias…”
Teresa Pêgo