Em Portugal, os cursos de Reiki têm vindo a aumentar quer na oferta, quer na procura. Tem muito a ver com o facto do Reiki estar a ser cada vez mais divulgado mas também com a necessidade que as pessoas têm de encontrar formas saudáveis de viver e de poderem cuidar de si.
Regulamentação
Em Portugal, o Reiki ainda não está regulamentado nem há qualquer previsão para tão cedo tal acontecer. É encarado como terapia complementar mas não tem qualquer tipo de requerimentos ou vistoria por parte do Estado ou qualquer organismo público. Qualquer tipo de infracção é sujeita a queixa judicial.
A formação
Os cursos de Reiki são, de forma geral, dados livremente, sem terem qualquer referência no Quadro de Qualificações. Isto por ser uma formação que teve origem oral e representou (e representa) um desenvolvimento pessoal. Há sistemas que desenvolvem os seus cursos com três níveis, outros com quatro. Hoje em dia, esta opção está até a cargo dos Mestres e não tanto de um sistema de Reiki pois existem já Mestres de Reiki Essencial que optam por quatro níveis, distinguindo o nível 3 da parte de “ensinar a ensinar”. Este processo é natural visto que existe cada vez mais informação mas também exigência por parte dos alunos.
Na formação podemos ainda encontrar cursos com certificação da DGERT, que tipicamente são mais caros pois envolvem parcerias com entidades certificadas. Estes cursos conferem uma formação reconhecida pela DGERT. No entanto, como noutros cursos, levantam-se questões mais importantes – como se avalia um praticante de Reiki, do ponto de vista de uma formação certificada? Será ele melhor que outro que não o seja?
Este tipo de questões aqui colocada, já nos foi transmitida e sempre causou bastante perturbação no seio dos praticantes de Reiki. Podemos encarar essa informação à luz dos princípios – Uma coisa é o desenvolvimento pessoal e outra uma qualificação dada externamente. Imaginando que é um curso de 120 horas que confere os três níveis, será que a pessoa está capaz para tal? Este tipo de formação pode ser interessante para quem queira desenvolver uma actividade profissional mas há que ter alguma serenidade na avaliação do mesmo. No Reiki é preciso termos tempo para praticar e crescermos interiormente.
Outro ponto que também nos levantam é – E aqueles que praticam há muitos anos e nunca tiveram curso certificado? Não têm valor?
É por esta razão que uma certificação profissional tem que ser muito bem pensada e estruturada. Não podemos retirar valor a quem o tem, comprovadamente, por uma questão de “certificação”. Por exemplo, no Reino Unido, este tipo de avaliação é feito pelas Associações, segundo as leis do Parlamento. Por estar assim estruturado, não existem tantos atropelos e interpretações erradas.
Nos dias de hoje, devemos considerar o ensino de Reiki com um pouco mais de atenção ao que os alunos pedem e isso é, segundo os nossos inquéritos – acompanhamento, prática e mais informação. É por isso que existe um Código de ética para Mestres de Reiki que pode ajudar numa constante autoobservação, enquanto Mestre. Não precisamos ser mais “papistas que o papa” querendo regressar aos dias do Mestre Usui (o que historicamente é difícil de compreender o que era ensinado) nem também de querer alterar por completo o Reiki e a sua essência. Devemos olhar com sabedoria para os ensinamentos do passado, adaptando-os ao presente, para que se construa um futuro melhor e mais sólido, para os praticantes de Reiki – quer desejem apenas aprender para si, quer desejem seguir um ruumo profissional, como terapeutas ou mestres.
Aos Mestres de Reiki, cabe ensinar da melhor forma possível, não só com o que aprenderam mas também com todas as informações mais recentes sobre a prática, seguindo a filosofia de vida e um percurso de mudança de consciência, com muito amor incondicional. Aos alunos, cabe também honrar esta prática, tornando-se predispostos e compreendendo o verdadeiro crescimento interior que o Reiki nos traz. Os cursos de Reiki não servem apenas para certificados mas sim para o desenvolvimento pessoal nesta filosofia de vida e terapia complementar.