(NÃO) TENHO ENDOMETRIOSE!
(NÃO) TENHO ENDOMETRIOSE!

(NÃO) TENHO ENDOMETRIOSE!

Estou a colocar nesta folha digital toda a minha emoção, a minha fé, a minha capacidade de acreditar, a minha confiança e toda a força que vive dentro da minha alma. Sinto que estas emoções são necessárias para que a minha voz chegue ao teu coração, para que a minha voz entre na tua mente e te ajude a limpar os “pensamentos tóxicos” decorrentes do desespero da dor, da falta de energia, ou da falta de esperança.
Não te venho contar uma história dramática, venho contar-te uma história feliz. Aos 18 anos os sinais começaram, as dores eram insuportáveis ao ponto de não conseguir contê-las em silêncio, aos 21 oiço diagnosticarem-me uma doença de que nunca tinha ouvido falar – endometriose de grau IV (o mais profundo), oiço também dizer que não havia nada a fazer e que provavelmente nunca seria mãe, mesmo que me submetesse a tratamentos a probabilidade seria muito baixa.
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E sabes o que aconteceu? A minha vida começou nesse mesmo dia! Começou a consciência de como era comigo mesma, a consciência de como me sentia, das emoções com que me alimentava, dos pensamentos que, por mais tóxicos que fossem, insistia em ter a cada instante e a cada segundo. Tudo começou naquele dia, a doença trouxe-me para a saúde… A doença mostrou-me a tristeza e apresentou-me à alegria, a doença colocou-me à frente da frustração e ensinou-me a plenitude.
A minha irmã partiu quando eu tinha 14 anos, desde então assinei um “contrato” emocional comigo mesma de que não conseguia viver, de que não havia motivos para tal. Não era minimamente consciente de como me alimentava a vários níveis – ao nível do pensamento e ao nível da comida, por isso um dia o corpo tinha de quebrar e quebrou… Ele foi o meu alarme, ele tocou uma sirene bem alta para me mostrar que os meus comportamentos me estavam a levar para um abismo. Bendito o dia! No meio de tantas perdas – perda da minha irmã, perda da saúde, perda de personalidade, eu encontrei-me, fui apresentada a mim mesma e isso só me trouxe coisas boas.
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No dia em que tive consciência de como estava fisicamente, voltei a assinar um contrato comigo mesma, desta vez o contrato de vencer, de viver, de ser feliz. Nunca mais parei, comecei a procurar a ajuda das terapias complementares – homeopatia, Reiki, Yoga, Meditação, Acupunctura, Programação NeuroLinguística e quando dei conta, eu própria estava em formações, umas atrás das outras, não conseguia parar… Quanto mais aprendia, maior era a consciência de quem a Rute era. Quanto mais eu aprendia, mais me apaixonava por essa Rute, e essa capacidade de nos apaixonarmos por nós próprias é libertadora, transformadora, é uma forma de cura. Mudei tudo, comecei tudo do zero – a forma de pensar, a forma de sentir, a forma de me ver, de me alimentar… Cortei com glúten, carne, açúcares, tudo o que era lácteos e apostei em tudo o que é biológico, descobri as maravilhas da macrobiótica e os milagres de quem aprende a controlar a mente e o corpo – e essa, eu devo dizer, foi a minha maior e mais reveladora descoberta.
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Pelo caminho, descobri o meu trabalho de sonho. Sou instrutora de yoga, mestre de Reiki, PNL practiocioner, facilitadora de meditação, organizo retiros, sou escritora – escrevo para as revistas Zen Energy, Zen Family, para o meu blog e recentemente lancei um livro que é o resultado da minha experiência de vida, de muitos anos de formação e de estudo à volta das terapias complementares e da mente humana: «Liberta-te de Pensamentos Tóxicos – 7 passos para uma Dieta Espiritual». Escrevi-o porque acredito em tudo o que posso ensinar com a minha experiência de vida, acredito no positivo efeito dominó que temos uns nos outros. Porque te conto eu tudo isto? Porque descobri que nós somos o milagre da nossa vida, descobri que tudo começa na forma como pensamos, tudo começa nos estímulos que damos ao nosso cérebro, o nosso cérebro reage a esses estímulos e, por sua vez, comunica com o nosso corpo. O nosso corpo é a maior farmácia topo de gama que temos à nossa disposição, mas é preciso conhecê-lo, saber como funciona, é preciso também conhecer-me e reparar na forma como me comporto comigo própria. Com que emoções me alimento diariamente? Tudo é uma escolha e tudo começa ou acaba nas nossas escolhas.
A endometriose trouxe-me para a saúde, para a consciência, para a alegria. A endometriose trouxe-me a mim mesma, e levou-me a descobrir o que realmente me realiza. Trouxe-me para a cura de tudo o que me limitava e sufocava. Este mês fui fazer novos exames. Em setembro de 2015, tinha um endometrioma (quistos decorrentes da endometriose) do lado direito, e outro endométrio do lado esquerdo. Em março de 2015, um novo exame mostra que o endométrio do lado direito tinha desaparecido e oiço os médicos dizerem-me “o seu ovário direito está lindo, o seu corpo e sistema reprodutor estão com capacidade para que tenha uma gravidez natural”. Tu que sabes do que se trata, ou tu que não sabes do que se trata, consegues imaginar como me senti? Grata, muito grata, uma vez mais tinha a prova de que nós SOMOS O VERDEIRO MILAGRE DAS NOSSAS VIDAS!
Sabes qual a mensagem mais importante que te quero deixar? É que não importa o desafio que enfrentemos, o importante é como o enfrentamos – podemos ser vítimas de nós próprias e entregarmo-nos à dor e ao desespero, ou podemos ser as heroínas da nossa própria história e começar tudo de novo. O importante é parar, é ganhar consciência das nossas escolhas, é ganhar consciência daquilo que realmente não queremos mais, do que não é saudável, do que não é prazeroso. Se queremos ser saudáveis, não podemos estar alienados da saúde mental, pois tudo começa aqui e tudo se desenrola a partir daqui.
A endometriose trouxe-me para a vida, trouxe-me para mim, trouxe-me até ti, e até os milagres que somos capazes de fazer… E eu acredito que esse milagre existe também em ti, existe em todos nós, eles só dependem de uma grande escolha – queres existir, ou queres realmente viver?
Fonte: Capazes.pt