O Caminho de Santiago e o Reiki
O Caminho de Santiago e o Reiki surgem-nos em momentos especiais da nossa vida através de uma janela que se abre e a partir da qual raios de luz inundam um caminho com desafios que parecem impossiveis de superar.
Fazer o Caminho de Santiago é aceitar o desafio de deixar-nos levar numa viagem ao nosso próprio encontro. É despertar para quem fomos, o que somos e o que pretendemos vir a ser. É parar no tempo e voar, voar até ao centro do nosso Eu.
Etapa a etapa… Passo a passo através da superação e conquista vamos encontrando dentro de nós os nossos alicerces, o nosso combustível, o combustível da nossa alma.
O que nos move? Perguntamos muitas vezes. No Caminho o que nos move somos nós mesmos, por nós, pelos nossos objectivos, pela nossa realização pessoal. Tudo o que sentimos é uma parte de nós.
Libertam-se as amarras, as pressões e deixamo-nos levar por aquele que é um caminho de encontro e evolução.
Caminhamos por nós mesmos, caminhamos porque chegou o momento de nos superarmos, de termos consciência do quanto temos dentro de nós.
A cada dia que passa a nossa vibração vai baixando aproximando-se cada vez mais da vibração natural e a natureza responde espontaneamente integrando-o como mais um elemento o que lhe permite vivenciar experiencias impossíveis de realizar noutro contexto.
Vamo-nos aproximando da espiritualidade, do universo, da essência do nosso Eu e da vida.
Aquele que começa a caminhar fisicamente depressa se vê a caminhar como um ser espiritual que tanto tem dentro de si. Essa consciência leva-nos à conquista de nós próprios.
Em abril de 2011 o João Ribeiro propôs à Sara Castanheira que fizesse o nível I de Reiki no Caminho de Santiago, desafio este que ela sentiu que deveria aceitar pois aí se daria o início de um grande processo de transformação.
Embora sem preparação física houve um chamamento mais forte que levou
a que ambos fizessem o caminho desde Valença ate Santiago e posteriormente ate Finisterra. Foram 8 dias de partilha de conhecimento, ricos em situações de superação e de descoberta para ambos.
A sintonização talvez não tenha sido por acaso que ocorreu numa localidade denominada Teo e só alguns meses mais tarde é que ambos se aperceberam que o significado do nome dessa pequena terra significa Deus. Dois trevos de quatro folhas esperavam por eles no caminho. Com mais ou menos superstição é verdade que encontrar um trevo de quatro folhas é sempre um momento em que nos sentimos especiais.
Avistar Santiago na qualidade de reikiana foi para a Sara um momento muito intenso devido a todas as superações feitas anteriormente e que haveria de culminar com o bota fumeiro. Até Finisterra foi sempre posto em prática alguns dos ensinamentos adquiridos antes. No final dos 210 km percorridos o fim da terra foi alcançado e a visão que se tem é semelhante a estarmos perante o infinito mais ainda para o João Ribeiro que sentiu não só terminar este caminho como também os momentos vividos no caminho francês desde Saint-jean-pied-de-port que havia começado três anos antes e que deram origem a dois livros, Ultreya no Caminho de Santiago e Suseya no Caminho de Santiago. Foram quase 900 km percorridos no interior que culminaram num ponto onde apenas existe água à frente. Este é um dos motivos pelos quais existe um ritual que simboliza a transformação do peregrino de Santiago levado a efeito quando chega a Finisterra. O queimar da sua roupa simboliza o abandonar as velhas questões e o renascer, tal como a Fénix, para uma nova realidade com um sentido mais profundo de quem se é, do que se é, e para onde se vai.
O tempo passou, a Sara foi evoluindo tendo feito todas as sintonização até ao nível III no Caminho de Santiago e em 2012 um grupo de 6 alunos de ambos aceitaram o desafio de fazer um retiro no Caminho iniciando no Porto, no qual tiveram oportunidade de vivenciar experiências de partilha, companheirismo, amizade, superação tendo as atividades desenvolvidas aproximado o grupo numa comunhão que superou o nível físico e transcendeu a parte emocional atingindo o espiritual.
Em 2013 o desafio passou por dar um curso de nível II a 5 alunos da Sara tendo sido feitas as três sintonizações sempre na proximidade de ribeiros de águas batidas, límpidas e cristalinas que deram um ambiente especial a acrescer a tudo o que os alunos sentiram.
Muitos são os momentos em que o convite à meditação se ouve, provocando uma paragem que deixa fluir da nossa essência respostas para questões que entendíamos ser impossíveis de responder.
O Reiki e os seus princípios são um das vias que podem dar consistência e continuidade a tudo aquilo que se descobre e constrói durante o caminho de santiago.
No caminho vão surgindo espontaneamente momentos ajustados para reflectir em cada um dos princípios, o universo encarrega-se de ir colocando no caminho as experiências necessárias para esta aprendizagem e integração.
Duas das participantes sentiram desta forma a experiência:
“O Reiki faz parte da minha vida desde 2012, altura em que fiz o nível I. Nesse mesmo ano tive oportunidade, pela primeira vez de fazer o Caminho de Santiago. Fiquei deslumbrada!… A minha mestre lançou-me o desafio do nível II ser feito no caminho. Desde esse dia não pensei em outra coisa! Já só me visualizava no caminho com a mochila às costas. Momentos destes irão ficar para sempre marcados na minha memória. Vivi momentos intensos de partilha profunda, de descoberta constante!
Reiki + Caminho de Santiago = VIDA” Sónia magalhães
“Tive a oportunidade de fazer o curso de Reiki nível II, o que torna o caminho ainda mais inexplicável. Proporcionou-me momentos de maior conhecimento interior e consequentemente comecei a construir um melhor “eu”. Um “eu” que estava um pouco perdido e desorientado. E o Reiki aquando do caminho ajudou-me a encontrar-me, a encontrar respostas e soluções e sem dúvida a colocar ainda mais questões que eu nunca antes tive coragem de as colocar. Fez-me ver a vida de maneira diferente, fez-me pensar mais em mim, ajudou-me a ultrapassar os meus medos e inseguranças e assim mudar a minha vida. Começar a ter uma vida nova, uma vida de paz interior, com verdadeiro significado e de felicidade. “ Mónica Teixeira
Ambos pretendem manter a sintonia entre o Caminho e o Reiki nas suas vidas e nos seus espaços de Reiki, continuando a desafiar alunos e todos aqueles que sintam o chamamento de percorrer com eles e com o Reiki o Caminho de Santiago.
O caminho faz-se caminhando e esta frase é válida para quem vai para santiago, para quem aprende Reiki e para quem quer ser feliz.
Ultreya et Suseya. Só por hoje somos gratos.
João Ribeiro e Sara Castanheira
João Magalhães
A Associação Portuguesa de Reiki é uma Associação sem fins lucrativos para o apoio a praticantes de Reiki e esclarecimento sobre o Reiki em Portugal.