O efeito borboleta – Ana Luisa Bolsa
Neste Dia Mundial da Natureza, tenho o privilégio de me associar pela primeira vez às atividades da Associação Portuguesa de Reiki que tem feito um trabalho notável na união dos praticantes e na informação ao público em geral, trabalho que quero desde já agradecer como associada e como cidadã.
Como tema de reflexão para assinalar este dia, e reforçando o vetor de atividade “Consciência Ecológica” definido para as atividade de 2020 da APR, partilho convosco aquela que é uma das orientações básicas da minha vida e do meu trabalho, a ideia de “efeito borboleta”.
Muitos de vós já devem ter ouvido a expressão “o bater das asas de uma borboleta pode causar uma tempestade do outro lado do mundo”, mas o que talvez não saibam é que esta ideia se popularizou nos anos 80 do séc. XX vinda da ciência através do trabalho de um matemático meteorologista que impulsionou a Teoria do Caos.
Praticamente todos os fenómenos naturais têm uma organização matemática e estão sujeitos a regras mais ou menos rígidas, no entanto, pode acontecer que pequenas diferenças nas condições iniciais de um sistema dinâmico como a atmosfera podem gerar resultados absolutamente inesperados. Isto significa, por exemplo, que uma oscilação de temperatura inferior a um grau à superfície do mar, pode ser suficiente para que uma tempestade inofensiva se torne numa calamidade.
E porque é que este “efeito borboleta” é importante para o desenvolvimento da nossa consciência ecológica?
Porque se aplica a todas as nossas atividades seja enquanto indivíduos, seja enquanto humanidade como um todo. Eis alguns exemplos.
No início do século XX é criado o primeiro plástico totalmente sintético e comercialmente viável. Começa aqui a era dos plásticos modernos, feitos à base de petróleo, carvão e gás natural. Na década de 1970 começam os primeiros avisos por parte de ecologistas sobre o impacto destas matérias na natureza. Apenas na segunda década do século XXI existe uma verdadeira tomada de consciência para o problema. E ainda hoje os plásticos continuam no sistema, a serem produzidos para os mais diversos fins e em cada vez maior quantidade.
Nas décadas de 1970 e 80 a Revolução Verde iniciada nos Estados unidos na década anterior torna-se num amplo programa mundial idealizado para aumentar a produção agrícola por meio do uso intensivo dos solos, de sementes geneticamente modificadas, fertilizantes, mecanização e redução do uso de mão-de-obra. O apelo positivo desta revolução é fazer chegar alimentos acessíveis ao maior número de pessoas. Isto incluiu também a produção massiva de gado e de aves para consumo humano, confinados a áreas muito reduzidas e alimentados com recurso a rações artificiais. Ainda na década de 70 as consequências na erosão dos solos e a diminuição da qualidade nutricional dos alimentos eram já tema de debates científicos e políticos. No entanto, apenas em 1986, com o primeiro caso oficial de BSE (a doença das vacas loucas) é que se tomaram medidas e colocaram algumas regras na produção intensiva de alimentos. Para termos noção da gravidade do problema, um dos maiores problemas de fiscalizaçuma das i intocada da Europarra e Portugal autorizou construços produtores a prem cada bicantes e o que começa com uma refeição das autoridades de segurança alimentar está no controlo da qualidade das rações, a pressão dos mercados para termos carne a preços muito baixos força os produtores a práticas que lhes permitam baixar o custo de produção. E por fim, em 2019 surge a pandemia COVID-19 simplesmente porque continuámos a pressionar os habitats naturais, reduzindo cada vez mais a distância entre o meio humano e o natural. Neste momento há pouquíssimas áreas selvagens no planeta Terra e Portugal autorizou construção massiva na Comporta, uma das poucas praias virgem da Europa.
Por fim, sobretudo nos últimos 20 anos, a exposição humana a radiações de campos eletromagnéticos artificiais aumentou drasticamente, resultante da proximidade de linhas de alta tensão, do uso de eletrodomésticos e de microondas, de antenas de transmissão e do uso de dispositivos de telecomunicações móveis, entre muitos outros. São cada vez mais os estudos internacionais que demostram a relação entre o aumento da incidência de doenças degenerativas graves – como tumores cerebrais e leucemia infantil, irritabilidade, fadiga crónica, dores de cabeça e diminuição da fertilidade -, e o aumento da nossa exposição a campos eletromagnéticos artificiais. Mas ainda assim avança-se com a implementação da tecnologia 5G que irá exigir um consumo ainda maior de energia.
Tal como com os plásticos no oceano, quantos seres humanos terão que ficar doentes para que se recuem nestas tecnologias? E estaremos dispostos a mudar de hábitos? A comprometer o nosso suposto conforto e mobilidade? A não viver em abundância e desperdício permanentes?
É este o efeito borboleta aplicado ao planeta que nos acolhe, tudo começa sempre por uma pequenina invenção a que chamamos evolução.
E nós, enquanto seres individuais, como ficamos?
Nós, na generalidade, reproduzimos individualmente este modelo. Um pequeno desejo ou uma inofensiva ação isolada podem tornar-se irreversíveis quando os repetimos até à exaustão.
Sempre que comemos mais do que precisamos.
Sempre que tomamos mais banhos do que aqueles que precisamos.
Sempre que viajamos mais do que o que precisamos.
Sempre que desperdiçamos comida ou compramos objetos que não nos fazem falta nenhuma.
Multiplicado por milhões de pessoas, eis o efeito borboleta das ações humanas.
Mas há esperança!
Se há algo que a pandemia nos mostrou de forma inequívoca foi a imensa capacidade de regeneração da Natureza. Com o nosso corpo isso também acontece, basta que lhe demos espaço e tempo para se curar. Porque se o efeito borboleta pode causar danos calamitosos também nos pode trazer transformações profundas de cura da Terra e de nós próprios! Nunca menospreze o poder de uma pequena mudança, praticada todos os dias por todos nós!
Procure informação clara, escolha uma missão, atue, seja porta-voz da sua saúde e do seu planeta.
Bem-hajam!
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Ana Luísa Bolsa | Licenciada em Design de Comunicação (FBAUL’1993), Fundadora da empresa “4 Elementos, Comunicação e Design” (LX’1996), Terapeuta de Reiki Tradicional (LX’05) e associada da Associação Portuguesa de Reiki. Formada em Macrobiótica pelo IMP – Instituto Macrobiótico de Portugal (LX’15) e aluna de 3º ano do Curso de Macrobiótica na International Macrobiotic School em Inglaterra. Consultora na área da Macrobiótica e Diretora do “Espaço 4 Elementos”.
Membro do grupo “Macrobiotics International”.
João Magalhães
A Associação Portuguesa de Reiki é uma Associação sem fins lucrativos para o apoio a praticantes de Reiki e esclarecimento sobre o Reiki em Portugal.