Entrevista,  Reiki para Animais

Reiki para animais na UPPA

Reiki para animais é uma realidade na UPPA. Carla Brito, a coordenadora de Reiki para Animais em Lisboa, fala-nos um pouco sobre este trabalho, o futuro desta prática e os seus sonhos.

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Achas importante desenvolver cada vez mais o Reiki para Animais?

Claro que sim. Assim como o reiki para pessoas deve ser desenvolvido e divulgado, o reiki animal deve ser uma ajuda no tratamento de animais com problemas de saúde e de comportamento. É fundamental tornar o reiki credível junto dos responsáveis de saúde veterinária. Para isso nada melhor que abordar o reiki por uma perspetiva cientifica. Para o crescimento deste processo é fundamental encontrar ferramentas capazes de analisar cientificamente os resultados provocados pelo reiki. È importante propor e fomentar os estudo nestas áreas. Era interessante captar a atenção de cientistas portugueses, à medida de outros países, protocolando a intervenção de Associados da APR em futuros estudos. Acho que a credibilização do reiki passa, exatamente, por dentro do possível torna-lo uma terapia complementar provada cientificamente.

Este podia ser um serviço também incluído em clínicas veterinárias, por exemplo?

Sim. A ideia é exatamente essa, é proporcionar aos donos a hipótese de decidirem qual o tipo de terapia complementar mais apropriada para o seu animal. O ideal seria o próprio médico veterinário fazer esse aconselhamento. Mas há muito trabalho por desenvolver até chegar a este ponto do percurso no reiki animal.
Posso falar do meu caso concreto. Quando necessário faço os tratamentos de reiki animal numa clinica de Fisioterapia animal. E cada vez que alugo a sala saiu sempre com a ideia de que a veterinária da clinica me vê com alguma desconfiança. Ainda abordei o assunto no sentido de a clinica fazer referência à terapia reiki como tratamento disponível, mas nunca consegui que o mesmo fosse aceite com a credibilidade necessária, até porque segundo a veterinária o reiki não cabe no enquadramento contabilístico da clinica.
Mas vamos continuar a trabalhar neste sentido…. Mesmo que o caminho seja tortuoso, se não desistirmos das nossas convicções e elas preencherem o nosso coração, a vitória é o caminho mais certo!
O próximo passo julgo que seja tentar o que a acupuntura já conseguiu, o reconhecimento legislativo e o da classe médica.

O que pode fazer um praticante de Reiki para se habituar a fazer Reiki a animais?

Nada melhor que começar a fazer as suas doações em animais que lhe são familiares e com os quais se sinta confortável para praticar. No entanto, com animais estranhos há determinadas regras de segurança a cumprir.
Antes de mais aconselho a interagir com o animal, para que seja possível analisar a reação do mesmo à sua presença. Desta interação resulta também a sua própria apreciação sobre o comportamento geral do animal (se é meigo e de confiança). Em animais de associações é habitual levá-los a passear por forma a potenciar a calma e a confiança. Após o passeio o animal está mais tranquilo e mais recetivo ao tratamento. Dependendo do comportamento do animal opto por dar reiki com imposição de mãos ou não. Habitualmente, quando não há imposição de mãos o animal toma a decisão de se aproximar para me analisar e muitas vezes na sequência deste acto, torna-se viável a imposição.
Em animais agressivos deve-se acautelar que o animal está acondicionado, por forma a garantir a nossa segurança e a tranquilidade necessária para o decorrer do tratamento.
Sempre que possível ofereço reiki à distância aos animais a tratar, de modo a que eles interajam pela primeira vez com a energia, minimizando a rejeição à mesma.

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Quais as maiores diferenças de se fazer Reiki em pessoas ou em animais?

Esta resposta pode ser controvérsia, mas já me foi colocada por diversas vezes à qual eu respondo sempre da mesma maneira: a dependência.
Dos casos em que apliquei reiki em pessoas resultou numa grande dependência do doente ao terapeuta. O que por vezes é bastante incomodo, dependendo do grau de dependência. Tive uma Sra. que me telefonava vezes sem conta. È difícil lidar com estas situações.
È natural que o que nos provoca bem estar nos criei algum grau de dependência e isso também acontece com os animais, mas felizmente eles não têm telemóvel! Estou a brincar com a situação, mas a verdade é que muitos animais esperam ansiosos pelo terapeuta. Tive um cão na UPPA, alcunha linguarudo, que se caraterizava por ser um cão muito nervoso e inquieto. Mas quando me via, deitava-se de barriga para cima e ficava à espera que a energia fluísse.
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Doação de reiki ao linguarudo.
A outra diferença traduz-se na capacidade que os animais têm em receber a energia. Neles a energia flui com grande intensidade e pouco tempo depois de iniciarmos a doação o animal já está num estado de relaxamento profundo, acabando na maioria das vezes por adormecer. A partilha de amor é muito intensa, e não é raro partilharem comigo imagens e sensações.

Que tipo de casos te surgem para tratar?

Infelizmente, há muitos donos que só recorrer ao terapeuta quando a animal está em estado muito grave e não têm outra alternativa. Esta situação entristece-me, pois lamentavelmente não tenho o dom da cura e, muito frequentemente, tenho de preparar o dono para o pior.
Outra situação que me surge com regularidade são os distúrbios comportamentais, provocados pela ausência dos donos e designada de ansiedade por separação. Este distúrbio traduz-se em marcas físicas no animal: roem a cauda, patas, tornam-se instáveis e nervosos, chegando a situações mais graves – já cheguei a tratar um patudinho de faleceu com um ataque cardíaco.
Em associações surgem vários animais com doenças provocadas por parasitas: febre da carrança e leishmaniose.
E animais recolhidos por serem alvo de maus tratos.
Apoio ainda nos processos de adoção, colocando a intenção de eles encontrarem uma família que os estime e os trate como merecem.

Conta-nos um caso que tenha sido mais difícil de tratar?

A maior dificuldade que encontro na atividade de terapeuta é o fato de muitas vezes não ser possível dar continuidade presencial ao tratamento, e lamentavelmente perde-se o contato com os animais em tratamento.
Tenho alguns casos marcantes no meu percurso no reiki, logo esta pergunta é de difícil resposta. Até porque nem sempre é possível curar os animais, o que almejo nos tratamentos é proporcionar-lhes a maior qualidade de vida possível enquanto estão doentes.
O Ziggy foi o primeiro cão que tratei na sala que alugo para os tratamentos. Era um rafeiro alentejano, um cão de porte grande, que impunha respeito mas de uma meiguice e de uma aceitação à energia reiki muito grande. Os donos do Ziggy procuraram-me porque ele tinha feridas nas patas por as roer. Após análise do animal percebi que o mesmo padecia de ansiedade de separação e tinha um grande bloqueio na zona do coração: tinha saudades da dona e dos seus passeios na praia. A dona do ziggy mudou de casa e deixou-o com os pais. Aconselhei 4 sessões de reiki, seguidas de uma pausa, pausa essa onde os donos deveriam analisar o comportamento do Ziggy e a necessidade de novo tratamento. Durante as 4 sessões, 1 por semana, o Ziggy foi recuperando e ficando menos ansioso. Os donos verificaram melhorias significativas nas feridas e o Ziggy deixou de ter necessidade de se autoflagelar. Fui contatada pela dona várias vezes por forma a fazer o acompanhamento do animal, neste percurso de cura fui complementando com reiki à distância. Como as melhorias foram acentuadas nas semanas seguintes, resolvemos não fazer reiki presencial. O contato com o Ziggy foi colmatado aqui. Poucos meses mais tarde, a dona do Ziggy ligou-me a dizer que o Ziggy tinha sido internado com insuficiência cardíaca, vindo a falecer horas mais tarde.

E um resultado muito bom?

Conto a história da Milky, uma gatinha retirada da rua. A Milky chegou-me por meio de uma associação, que solicitou que a acolhesse até ser possível encontrar uma família responsável.
A Milky vinha muito assustada e nada confiante em relação às pessoas. Mal a recebi e apercebendo-me do seu estado, ofereci-lhe reiki e foi incrível a sua mudança repentina de comportamento. Assim que a energia começou a fluir a Milk veio cheirar as minhas mãos, roçou-se vezes sem fim e ganhei uma nova amiga. Foi um momento mágico … a Milky foi adotada um mês mais tarde e ficou com uma família excecional.
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Conta-nos um sonho que tenhas para o Reiki para Animais?

Gostava de dar forma ao Espaço Reiki Animal, que de momento é apenas virtual. O Espaço Reiki Animal seria um albergue para animais em Risco, com a vertente do reiki. Este espaço seria “alimentado” com os tratamentos de reiki animal e outros serviços associados (treino canino, domicílios de reiki animal, doações, formação em reiki animal, iniciações, retiros, etc).
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Testemunhos da experiência reiki.

Vice-presidente da UPPA
“Conheci o Reiki, através da Carla Brito voluntária da Associação UPPA, da qual sou sócia fundadora.
Quando nos falou dos benefícios que poderia trazer aos animais, não hesitámos em querer experimentar.
A Carla e um grupo de voluntários passaram a ir semanalmente à UPPA para fazer reiki aos nossos cães, a primeira vez que vi nem queria acreditar, eles conseguiam apenas com as mãos, colocar cães nervosos, calmos, sentados, ou mesmo deitados a olharem fixamente para eles, pareciam hipnotizados! Via-se perfeitamente que estavam a gostar de receber reiki e que este os deixava numa paz profunda.
Tive outra experiência muito gratificante com o gato ALIVE, um gato que chegou praticamente morto ao veterinário, e hoje sinto que foi o reiki que o ajudou a recuperar. A história do Alive correu Portugal inteiro através do facebook, e muitas pessoas começaram de imediato a enviar reiki à distância! o Alive dia após dia foi superando todas as etapas até estar fora de perigo, algo que diziam ser praticamente impossível para  um gatinho com um forte traumatismo craniano, e o maxilar partido em 4 partes, sobreviveu.
A última ajuda que tive foi para o meu gato Leonardo, que infelizmente acabou por morrer, quando falei com a Carla Brito, pedi-lhe ajuda, porque ele estava a sofrer e eu queria o melhor para ele. A Carla e outras amigas deram paz ao meu gato que esperou por mim para se despedir.”
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A Associação Portuguesa de Reiki é uma Associação sem fins lucrativos para o apoio a praticantes de Reiki e esclarecimento sobre o Reiki em Portugal.