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Ao contrário do que muitos dizem, a Mestre Takata valorizava a dimensão espiritual e mental da pessoa, considerando-a “número um” no tratamento. Esta é uma das conclusões que o investigador e mestre de Reiki Robert Fueston partilha neste artigo, como um dos resultados da investigação que tem levado a cabo nos últimos 17 anos sobre as verdades e os mitos associados aos ensinamentos de Takata.

Hawayo Takata e a espiritualidade, por Robert Fueston

Quando fiz o Nível I de Reiki em 1996 o meu professor encorajou-me a não ler livros sobre o assunto mas, ao invés, a prestar atenção à prática. Eu não segui o seu excelente conselho. Parecia-me algo tacanho, tendo em conta a minha mentalidade de coletor de dados que mais tarde acabou por me levar a  estudar Ciência da Informação e Biblioteca.

Rapidamente descobri que tinha sido o único teimoso. Depois de ter lido tudo aquilo a que consegui deitar a mão, e de ter falado com todos os praticantes de Reiki que consegui encontrar, estava muito confuso. Tudo o que li ou ouvi entrava em conflito com algo que tinha lido ou ouvido.

O único aspeto que parecia bater certo dizia respeito a Hawayo Takata, mas havia muitas perspetivas diferentes sobre ela.

Toda a gente concordava que Takata e o seu Mestre de Reiki Chujiro Hayashi trouxeram a prática do Reiki para os Estados Unidos nos anos de 1930. Hayashi regressara ao Japão e Takata continuara a praticar e a ensinar até à sua morte, em dezembro de 1980.

Durante uma década, a prática de Reiki espalhou-se pelo mundo a partir da linhagem de Usui / Hayashi / Takata e foi então que as alterações começaram. Um pequeno grupo de mestres procurou manter-se próximo dos ensinamentos de Takata, mas muitas  pessoas alteraram a prática sem terem consciência de que o estavam a fazer.

Investigando o Reiki de Takata

Como investigador, a minha tendência foi a de ir à fonte, tanto quanto fosse possível. Parecia que a única forma de descobrir a verdade acerca dos ensinamentos de Takata seria a de tecer uma rede e estudar com o maior número possível de alunos dela, compilando e comparando o que eles ensinavam – e, claro, fazendo autotratamento diário de Reiki.

Durante os 17 anos que decorreram desde essa altura, estabeleci contacto pessoal com 10 dos 22 mestres que foram alunos de Takata. Contactei também com mestres alunos de mestres formados por Takata entretanto falecidos (alguns eram da mesma família). Outras fontes relacionadas com Takata contactaram-me oferecendo ajuda para preencher os espaços em branco depois de terem lido algo que escrevi sobre o seu professor ou familiar.

Também obtive várias gravações das aulas de Takata. As gravações permitiram-me ouvir Takata ensinar o primeiro e segundo níveis de Reiki em primeira mão. Pude depois cruzar a informação com outros dados que recolhi, de forma a encontrar semelhanças e diferenças.

Outra fonte confiável chegou-me na forma de anotações escritas por Takata, por vários dos seus alunos e por alguns dos seus estudantes de nível I e II. Descobri igualmente vídeos em que mestres alunos de Takata contavam histórias sobre a forma como ela partilhava os seus ensinamentos. Artigos de jornais publicados entre os anos 1930 e 1970 trouxeram também informações de outra perspetiva.

Takata valorizou a espiritualidade

O resultado de toda esta investigação foi que descobri a existência de uma enorme lacuna entre aquilo que Takata ensinou e aquilo que a maior parte das pessoas pensava que ela tinha ensinado. Isto é particularmente verdadeiro no que toca à espiritualidade. Ainda que muitos praticantes digam que Takata e o seu Mestre de Reiki Hayashi se focavam na parte física em detrimento da parte espiritual, tal não é verdade.

Takata enfatizava que o eu espiritual e  mental corresponde ao número um, e o corpo é o número dois, mas ambos são necessários para criar o todo. Um equívoco que ouvi com frequência indica que Takata e Hayashi se dedicavam mais à cura do corpo físico e não ao bem-estar da mente e do espírito, Mas isto não era o que Takata ensinava.

Numa gravação audio Takata afirma: “Então, nós dizemos sempre que o mental e o espiritual são número um, número dois é o físico. E depois vocês juntam isto tudo e dizem que somos um todo completo. E quando vocês dizem isto significa que aplicaram Reiki e que o Reiki trabalhou para vocês.”

A história de Takata sobre os tratamentos de Usui a pedintes

A história de Takata sobre Usui dando tratamentos de Reiki a pedintes durante sete anos não é inteiramente precisa, mas pode ter sido inspirada por factos reais (talvez assunto para um futuro artigo). O significado deste artigo é que a versão de Takata enfatizava a espiritualidade.

Segundo a versão da história tal como era contada por Takata, os monges que Usui consultou encorajaram-no, por unanimidade, a focar-se no espiritual. Mas Usui era uma pessoa muito forte de espírito e determinado a focar-se na parte física, pelo que ignorou a orientação dos monges (algo que também eu havia feito, tendo ignorado o bom conselho do meu professor).

A história de Takata coloca Usui a oferecer tratamentos de Reiki a pedintes durante anos. Eventualmente, Usui tratou de pessoas que acabaram por ser curadas e que tiveram oportunidade de se integrar na sociedade mas que optaram por regressar à colónia de mendigos. Com esta experiência, Usui reconhece a sabedoria dos seus professores. Ele percebe que não é suficiente curar apenas o corpo. Ele percebeu assim que “o mental e o espiritual são o número um, o número dois é o físico.”

Fonte: Robert Fueston, publicado em Reiki, Medicine and Self Care

Tradução: Andreia Vieira

 


 

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