Dissertação – Avaliação de conhecimentos dos enfermeiros sobre medidas farmacológicas e não farmacológicas no controlo da dispneia
Inês Loução de Almeida, no CURSO DE MESTRADO EM CUIDADOS PALIATIVOS, realizou uma dissertação intitulada: “Avaliação de conhecimentos dos enfermeiros sobre medidas farmacológicas e não farmacológicas no controlo da dispneia”
Resumo
A dispneia é caracterizada pela subjetividade da respiração desconfortável causada por fatores físicos, psíquicos, sociais e espirituais e a sua incidência tende a aumentar à medida que a doença progride. Este sintoma angústia o doente, a família e até mesmo os profissionais de saúde. O tratamento da dispneia pode ser feito em duas linhas, as medidas farmacológicas que englobam a terapêutica (opióides, broncodilatadores, corticoides, xantinas, diuréticos, benzodiazepinas, antimuscarínicos e psicotrópicos) e a utilização de oxigenioterapia e ventilação não invasiva. Em relação às medidas não farmacológicas podemos considerar as medidas gerais que auxiliam no alívio da dispneia e fisioterapia e cinesiterapia respiratória, musicoterapia, aromaterapia, reiki, massagem terapêutica, técnicas de relaxamento e shiatsu. O objetivo deste estudo é avaliar o conhecimento dos enfermeiros dos serviços de cuidados paliativos e medicina, no que concerne à utilização de medidas farmacológicas e não farmacológicas no controlo da dispneia. Método: Trata-se de um estudo quantitativo descritivo e comparativo, que analisa as respostas a um questionário preenchido anonimamente pela população alvo. Resultados: Para os 107 enfermeiros abrangidos pelo presente estudo procedemos à análise demográfica da população. Num segundo tempo, analisa-se a totalidade da amostra e depois comparam-se as respostas dadas entre serviços. Nas medidas farmacológicas os enfermeiros do serviço de medicina apresentam um valor significativamente mais baixo comparativamente com os enfermeiros do serviço de cuidados paliativos, em algumas medidas, nomeadamente nas medidas opióides (ρ = 0,001), broncodilatadores (ρ = 0,018) e benzodiazepinas / psicotrópicos (ρ = 0,01). No conjunto total das medidas farmacológicas verificamos que o valor da média das respostas dos enfermeiros do serviço de cuidados paliativos (3,76) é significativamente superior (ρ = 0,000) ao valor da média dos enfermeiros do serviço de medicina (3,39). Para as medidas não farmacológicas, os enfermeiros do serviço de medicina (3,68) apresentam um valor da média significativamente mais baixo (ρ = 0,019) comparativamente com os enfermeiros do serviço de cuidados paliativos (3,99). Verificámos ainda diferenças estatísticas significativas nas medidas gerais (ρ = 0,00) e reiki (ρ = 0,007). Conclusão: Com este estudo podemos concluir que os enfermeiros apresentam um nível considerável de conhecimentos a nível das medidas farmacológicas e não farmacológicas, mas os enfermeiros que trabalham em cuidados paliativos têm maiores conhecimentos nas medidas farmacológicas e não farmacológicas, quando comparados com enfermeiros que exercem funções no serviço de medicina.
João Magalhães
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